BAND

Harmony Fault - Goregrind for deranged minds

Portuguese

Harmonia nunca foi o forte da humanidade. Discrepâncias sociais, guerras, exploração e falta de empatia sempre estiverem presentes no mundo. E esse lado podre se reflete na música. A Harmony Fault, de Lajeado (RS), é justamente cria da sujeira sonora e mundana que assola a sociedade. Ativa desde 2002, a banda pratica um goregrind encardido de sangue death metal, de vísceras splatter e até de vícios do rock mais tradicional adaptado ao cenário da música extrema.

A primeira demo, Pedaços de Carne Podre (2002), já dava o tom da temática pestilenta que segue até os dias cinzas de hoje. Em 15 faixas, a HxFx abordava críticas sociais ("Comendo Lixo"), introspecção e condição humana ("Vida/ Sem/Volta"). A sequência das atividades trouxe mudanças de formação e no direcionamento musical. Depois de colocar na rua lançamentos que não tiveram muita repercussão, os caras apostaram no CD-R (se não sabe do que se trata, procure no Google) Sangue e Vísceras (2004), que incorporou mais elementos do metal da morte. É desse trampo um som que até hoje se faz presente no repertório: "Taxi Driver”, uma homenagem à obra de Martin Scorsese. Já a faixa título foi uma reação à Guerra do Iraque, então em curso. O registro ainda teve lugar para o tributo aos Rolling Stones e ao Dead Infection em "I Can't Get No... Dead Infection".

Após novas gravações que não deixaram a banda contente, o abate sonoro se fez ouvir ao vivo. Em 2006, as lajeadenses figuraram com o Stoma (Holanda) entre as atrações do Goregrinder Festival, em Florianópolis. No mesmo ano, engrossaram o caldo na décima edição do clássico festival Splatter Night, dedicado à nata (coalhada) da podreira em forma de som. Rot e Pulmonary Fibrosis também tocaram o terror no evento. Já em 2007, a HxFx abriu gigs para Agathocles (Bélgica) e Riistetyt (Finlândia).

Em 2008, a banda entrou fundo nos porões do goregrind, deixando de lado a pegada mais death. A mudança esteve diretamente ligada à nova configuração que se estabelecia: o então baixista Guilherme assumiu também o posto de vocalista, que ficou vago com saída de Marcelo Lopes. O próprio logotipo do grupo sofreu alterações, assumindo aspecto mais vil para evidenciar o momento e a sonoridade. O início dessa fase deu-se com o split em disquete (mais uma para catar em sites de busca) ao lado dos conterrâneos da Cü Sujo. Batizado apropriadamente como In Grind We Fast, a gravação tinha 88 segundos de duração. No oitavo ano do século vigente, também rolou lançamento do DVD Goregrinder Festival que, além da HxFx, inclui performances do Stoma, Dead Fetus Collection e Ovários.

Ter banda barulhenta não é fácil em qualquer lugar da Terra. Em país de terceiro mundo, torna-se ritual de autoflagelo. E as dificuldades quase levaram o grupo para a vala. Mesmo assim, os caras seguiram, aleijados na formação, apenas com a dupla Guilherme e Calebe (bateria, único desde os primórdios). Em seguida, Eduardo (conhecido como Pulga) assumiu a guitarra. E logo veiou o primeiro álbum completo: Rotting Flesh Good Meal saiu em 2011, reunindo 19 nojeiras musicadas. O play teve suporte dos selos Rotten Foetus Records, Violent Records e Cauterized Productions, ganhando boa divulgação e reconhecimento. Foi tipo o papai do chão dando uma força para a rapaziada.

Com a (de)formação estabilizada, em 2014, houve a desova do segundo disco completo, Savage Horror Dementia. O trampo invocou 18 temas, sendo três regravações e um cover do Regurgitate (Suécia).

Três anos adiante, em 2017, o split 7” EP Alcohol, Horror and Cannibalistic Torture, com os brasileiros da Dead Fetus Collection, se materializou pelo selo alemão Uterus Productions.

Em 2018, a banda abriu shows dos gringos Gutalax (República Tcheca) e Pulmonary Fibrosis (França). No final desse ano, a HxFx se transformou num quarteto com a entrada do baixista Monteiro, deixando Guilherme livre para se dedicar exclusivamente às vozes monstruosas.

Atualmente, a HxFx projeta nova atrocidade contra ouvidos sensíveis: o terceiro full length.

English

Harmony never was the mankind strong suit. Socials inequalities, wars, exploitation and lack of empathy always been present in our society. And this filthy side of the world reflects itself in the music. Case in point is the band Harmony Fault, from the south of Brazil, a bastard spawn of this roughness, sonicaly and mundane. Grouped since 20002, the quartet adopts as genre a goregrind stained by the blood of death metal, the guts from splatter and even some addictions from more traditional rock shaped for extreme music.

The first demo, Pedaços de Carne Podre (2002), already set the tone for the pestilent theme that continues until the the gray days we’re living. That were 15 tracks where HxFx addressed social criticism (“Comendo Lixo” [Eating Garbage]), introspection and human condition (Vida/Sem/Volta ["Life / Without / Return"]). After some line up changes and putting out recordings that did not have much repercussion, the guys released in 2004 the CD-R Sangue e Vísceras (Blood and Guts), which incorporated more elements of the death metal. From that record there’s a song that you can hear on the setlist nowadays: "Taxi Driver", a tribute to Martin Scorsese. The title track (Sangue e Vísceras) is a reaction to the ongoing at that time War on Iraq. The record also carries the tribute the Rolling Stones and the Dead Infection in "I Can't Get No ... Dead Infection".

In 2008, the band went deep into the goregrind basements, leaving aside the the more death metal leanings. This change was directly linked to the new configuration that was being established: then bassist Guilherme took over the spot of vocalist too, that became vacant with the departure of Marcelo Lopes. The beginning of this phase started with the Split on floppy disk alongside the fellow countrymen from Cü Sujo. Properly named In Grind We Fast, the recording had just 88 seconds long. In the eighth year of the current century, there was also the release of the DVD Goregrinder Festival, which, in addition to HxFx, includes performances from Stoma, Dead Fetus Collection and Ovários.

Been part of a noisy band is not easy anywhere on Earth. In a third world country, it becomes a ritual of self-harm. So, the band almost went to the ditch, but did goes ahead, even crippled internally, with the duo Guilherme and Calebe (the only one since the beginning). Eduardo (known as Pulga) took over the guitar some time after that.

The first full length Rotting Flesh Good Meal came out in 2011, gathering 19 disgusting pieces of music. The record was supported by the labels Rotten Foetus Records, Violent Records and Cauterized Productions, gaining good support and praise from the press.

With the line up stabilized, in 2014, the second full album, Savage Horror Dementia, was spawned. The record has 18 themes, including three re-recordings and a cover by Regurgitate (Sweden).

Three years later, in 2017, was the the time for a split 7: Alcohol, Horror and Cannibalistic Torture, with another brazilian band called Dead Fetus Collection. The EP was released by the German label Uterus Productions.

In 2018, the band was the opening act for Gutalax (Czech Republic) and Pulmonary Fibrosis (France). At the end of the same year HxFx became a quartet with bassist Monteiro joining the trenches, leaving Guilherme free to dedicate himself just for the grunts. During almost twenty years wandering the bowels of civilization, the group also shared the stage with others infamous as Stoma, Rot, Agathocles, Riistetyt and Dead Infection.

(de)Formed nowadays by Calebe (drums), Guilherme (grunts), Pulga (guitar) and Monteiro (bass), HxFx now prepares a new onslaught against sensitive ears: a third full album.